A
trajetória da APPA é composta por diversas ações e atores, iniciada pelo Grupo
de Mulheres Articuladas de Mulheres de Chapada dos Guimarães, o MAMUCHA, que se
iniciou em 2005 através de um Projeto financiado pela Rede CEMAT. O MAMUCHA
capacitou através da criação da Oficina Fruto das Fibras, as mulheres na
produção de artesanato a partir da fibras de bananeira e buriti e da tecelagem
e gerou renda para mulheres da zona urbana desempregadas. O movimento cresceu,
se fortaleceu e participou de diversas Feiras, Seminários e Eventos pelo País,
dando visibilidade ao trabalho e almejando maior aperfeiçoamento das técnicas e
produtos.
Entre
os eventos dos quais a Oficina Fruto das Fibras participou, relaciona-se alguns
entre os mais importantes que deram impulso para a organização da associação:
A articulação entre os artesãos e
artesãs continuou e foram realizados dois encontros de Produtores e Produtoras
Rurais de Chapada dos Guimarães, organizados pela Oficina Fruto das Fibras, em
2006 e 2007, e a partir da realização da Conferência Municipal de Cultura, em
2008 decidiu-se em organizar os artesãos e artesãs com suas respectivas
demandas e particularidades.
Primeiramente
foi instalado em 19 de Abril de 2008, o Centro de Comercialização “Chapada a
Mão” que, inicialmente, contou com a associação de 198 produtores/as rurais e
urbanos, comercializando entre doces e móveis, diversos produtos artesanais. A
APPA se formaliza em 28 de Junho do mesmo ano partir da inciativa de um grupo
de artesãos e artesãs que se encontram fora do mercado formal de trabalho do
município, que têm como propósito valorizar a produção artesanal local como
fonte de renda, tanto para as famílias produtoras da zona urbana quanto as da
zona rural.
A criação da APPA, também compreende
outros fatores como a preocupação em incentivar a cultura popular através do
resgate do artesanato, e consequentemente, a valorização da história local,
enfatizando a participação de povos e comunidades desfavorecidos históricamente
na constituição cultural, sócio-política e econômica do Estado, a exemplo dos
ribeirinhos e remanescentes quilombolas.
Portanto, pode-se considerar que a
valorização da cultura popular de Chapada dos Guimarães, compreende a produção
artesanal e visa a garantia de direitos culturais, bem como o resguardo da
memória coletiva através da organização social e o acesso à incentivos públicos.
Os direitos culturais compreendem diversos determinantes bem como, as criações
científicas, artísticas e tecnológicas, o acesso às fontes da cultura nacional,
a difusão da cultura, a Liberdade de formas de expressão cultural e de
manifestações culturais e o Direito-dever estatal de formação do patrimônio cultural
brasileiro e de proteção dos bens de cultura (CUNHA FILHO, 2013).
Entre
os objetivos da APPA é fundamental destacar a intenção em promover a
organização produtiva popular no município, e propor ações que valorizem a cultura
e costumes tradicionais, além da satisfação das necessidades de geração de
renda dos trabalhadores que vivem da produção artesanal.